A CIA CENA ONZE DE TEATRO




A Companhia Cena Onze de Teatro nasceu em 1990, com objetivo de apresentar ao público o que é cultura através de teatro, projetos e ações sociais. São mais de 40 peças já montadas, de autoria do diretor, de seus componentes e grandes nomes do teatro brasileiro.




quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A volta de Pedro Casaldáliga no mundo cênico

A peça 'Pedro!' terá sua estreia no dia 21, às 20h no Museu de Arte Sacra de Mato Grosso, em Cuiabá. A atração, encenada pelo Grupo Cena Onze, faz uma homenagem a Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Félix do Araguaia, cidade a 1.159 quilômetros de Cuiabá.
O espetáculo é inspirado na vida do bispo que prega o lema 'Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar'. O texto da peça tem como fontes as obras de Casaldáliga: Sonetos Neobíblicos, Precisamente, Espiritualidade da Libertação, Murais da Libertação, Tierra, Pedro, Ameríndia, Morte e Vida e Orações da Caminhada. A peça conta ainda com a participação especial do Grupo de Capoeira Porto da Barra. A atração é dirigida por Paulo Fabio e Alessandra Barros com direção geral de Flávio Ferreira.
Há mais de 20 anos a Companhia Cena Onze de Teatro emociona o público com seus espetáculos. A peça “Pedro” mostra os momentos e textos do então bispo Dom Pedro Casaldáliga, de São Félix do Araguaia, que trouxe aos excluídos a liberdade e força para lutar contra a injustiça. Com o texto do próprio Pedro, a inspiração de sua vida trouxe ao palco como tributo a sua humanista obra cristã e solidária.
Todas as pesquisas sobre CASALDALIGA iniciaram-se em 2009, quando o diretor Flávio Ferreira esteve pessoalmente com ele em São Félix, ocasião em que se encantou com esse homem abençoado, que dedicou toda a sua vida lutando por justiça social.  Encontros com pessoas importantes, que conhecem os conflitos envolvendo índios, negros, peões e sem terras. Além dos laboratórios de vivências, assistimos vídeos; nossos atores e atrizes foram à exaustão em oficinas de dança, canto e instrumentais; tudo na busca do aperfeiçoamento do trabalho.
Com participações especiais do Grupo de Capoeira “Porto da Barra”. A coreografia das três raças trouxe ao corpo de dança um espetáculo a parte que marca com uma performance moderna os gritos dos negros, índios e brancos escravos torna o espetáculo mais acensão ao deslumbre dos textos de Casaldáliga.
A peça “Pedro” tem o patrócinio do Governo do Estado de Mato Grosso, através da Secretaria de Estado de Mato Grosso, Conselho Estadual de Cultura, com apoio cultural do Colégio Master, ECO2 Neutralização, Grantur, Academia Jacarezinho, Big Lar, Entrevia de Teatro, Ótica Diniz, Universal Segurança, Prefeitura Municipal de Cuiabá, OAB MT, Livraria Janina, Allegro Studio de Artes, STETTCR, IDM Informática, Unimed Cuiabá, Museu de Arte Sacra e Gráfica Defanti.

ELENCO:
PEDRO CASALDALIGA: Paulo Fábio
NARRADOR: Otávio Augusto
ÍNDIOS(AS), NEGROS (AS) e SEM TERRAS: Maiara Giovanini, Genisis Almeida, Odinamar Borges, Cléia Gattass, Luna Maldonado, Anderson Nobre, Ronaldo José, Mariana Ferreira, Nelson Freitas, Tiago Taveira, Carlos Rassi, Edilaine , Wilton Prestes, Ívena Botelho,  Valdir Xavier, Meire Xavier, Edileuza , Joice Amaral, Andressa Oliveira, Milene Xavier, Mirele Xavier.    
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: Índio Xavante Xisto.

TÉCNICA FICHA
TEXTOS: Pedro Casaldaliga
ADAPTAÇÃO: Paulo Fábio, Alessandra Barros e Flávio Ferreira
CONTRA REGRAS: Cena Onze
CRIAÇÃO DE CENÁRIO, FIGURINO e MAQUIAGEM: Cena Onze
CONFECÇÃO DE FIGURINO: Jane Klitzke
CONFECÇÃO DE CENÁRIO: Edson Jabur e Zé Dias
ILUMINAÇÃO e SONOPLASTIA: Bruno Pinheiro
DESIGNER GRÁFICO, ASSESSORIA e FOTOGRAFIAS: Marcondes Araújo
MÚSICOS: Paulo Fábio, José Roque, Cléia Gattass, Mestre Augusto, Wilker Cristian, Skorpion e Celebridade
ORIENTAÇÃO VOCAL: Maestrina Sônia Mazetto
COREOGRAFIA: Márcia Cambahuba
GRUPO DE CAPOEIRA “PORTO DA BARRA”: Mestre Augusto Amaral
PRODUÇÃO: Janaína Borges
DIREÇÃO: Paulo Fábio e Alessandra Barros
DIREÇÃO GERAL: Flávio Ferreira

SERVIÇO:
QUANDO: 21/09 a 04/11 (sextas e sábados)
LOCAL: IGREJA DO BOM DESPACHO
HORÁRIO: 20H (sextas) 19h (sábados)
INFORMAÇÕES: (65) 9627-5565 e 8113-2417










ENTREVISTA NO BOM DIA MATO GROSSO TVCA (GLOBO)


SOBRE DOM PEDRO CASALDÁLIGA

Ingressou na Congregação Claretiana em 1943, sendo ordenado sacerdote em Montjuïc, Barcelona, no dia 31 de maio de 1952. Em 1968, mudou-se para o Brasil.

Foi nomeado administrador apostólico da prelazia de São Félix do Araguaia no dia 27 de abril de 1970. O Papa Paulo VI o nomeou bispo prelado de São Félix do Araguaia (Mato Grosso), no dia 27 de agosto de 1971. Sua ordenação episcopal deu-se a 23 de outubro de 1971, pelas mãos de Dom Fernando Gomes dos Santos, Arcebispo de Goiânia e de Dom Tomás Balduíno, OP e Dom Juvenal Roriz, CSSR. Foi bispo da sé titular de Altava até 1975.

Adepto da teologia da libertação, adotou como lema para sua atividade pastoral: Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar. É poeta, autor de várias obras poéticas sobre antropologia, sociologia e ecologia.

Dom Pedro já foi alvo de inúmeras ameaças de morte. A mais grave, em 12 de outubro de 1976, ocorreu no povoado de Ribeirão Bonito (Mato Grosso). Ao ser informado que duas mulheres estavam sendo torturadas na delegacia local, dirigiu-se até lá acompanhado do padre jesuíta João Bosco Penido Burnier. Após forte discussão com os policiais, o padre Burnier ameaçou denunciá-los às autoridades, sendo então agredido e, em seguida, alvejado com um tiro na nuca. Após a missa de sétimo dia, a população seguiu em procissão até a porta da delegacia, libertando os presos e destruindo o prédio. Naquele lugar foi erguida uma igreja.

Por cinco vezes, durante a ditadura militar, foi alvo de processos de expulsão do Brasil, tendo saído em sua defesa o arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns.

Em 1994 apoiou a revolução de Chiapas, no México, afirmando que quando o povo pega em armas deve ser respeitado e compreendido.

Em 1999 publicou a "Declaração de Amor à Revolução Total de Cuba".

No ano 2000, foi agraciado com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual de Campinas.

Seu amor à liberdade inspirou sua luta contra a centralização do governo da Igreja, pois considerava que a visão de Roma era apenas uma a mais entre as várias possíveis, que a Igreja deveria ser uma comunhão de igrejas. Achava que se deveria falar da Igreja que está em São Félix do Araguaia, assim como se fala da Igreja que está em Roma, pois unidade não tem que ser sinônimo de centralização e sim de descentralização.

Com problemas de saúde, Dom Pedro apresentou sua renúncia à Prelazia, conforme o Can. 401 §1 do Código de Direito Canônico, em 2005. No dia 2 de fevereiro de 2005 o Papa João Paulo II aceitou sua renúncia ao governo pastoral de São Félix.

Mesmo depois da renúncia, Dom Pedro, como era de se esperar, não perdeu a combatividade e a franqueza, afirmando, por exemplo que o governo Lula gosta mais dos ricos do que dos pobres , apoiando o MST e a Via Campesina, criticando a hierarquia da igreja que deveria se abrir ao diálogo em lugar de excomungar e proibir, defendendo a ordenação de mulheres e afirmando ser contra o celibato sacerdotal..